GFrigo - projeto de apoio as gestantes de frigoríficos começa a mostrar primeiros resultados: elas têm mais que o dobro de chance de sofrerem algo quando comparadas a gestantes metalúrgicas!

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26 de agosto de 2025.

Com lançamento da segunda fase prevista para setembro de 2025, o Programa "Gestação Segura em Frigoríficos" (GFrigo), já começa a mostrar alguns resultados iniciais. A preocupação com este tema veio da constatação prática de muitos sindicatos, MPT e obstetras, que perceberam que as gestantes de frigoríficos estão mais sujeitas a problemas na gestação quando comparadas a gestantes de outros ramos econômicos.

Os dados publicados pelo Smartlab nos permitem analisar os afastamentos de gestantes junto ao INSS devido ao CID O20 (Hemorragia do início da gravidez) durante o ano de 2024. Constatamos que a frequência de afastamento (prevalência) entre gestantes do setor de fabricação de automóveis, camionetas e utilitários,  foi de 4,9 gestantes a cada 10 mil mulheres que trabalham neste setor metalúrgico. Por sua vez, o mesmo indicador de prevalência entre  gestantes de frigoríficos de abate de aves e suínos afastadas junto ao INSS pelo CID O20, foi de 11,3 gestantes a cada 10 mil trabalhadoras. Isso significa que as gestantes de frigorífico tem mais que o dobro de chances de ter problemas na gestação comparativamente.

Várias entidade sindicais contribuíram para colocar a primeira fase do programa em andamento, e um projeto global e amplo está sendo finalizado (projeto 4), com custo previsto de mais de 1 milhão de reais, cuja proposta é oferecer inclusive o suporte técnico a médicos e enfermeiras que atendem estas gestantes, bem como, o atendimento direto destas mulheres com relação ao tema gestação e trabalho, quando necessário.

Esta segunda fase mais ampla se dará a partir do Instituto Walter Leser (IWL / FESP SP), e a ideia é buscar o financiamento de ajustes de conduta (TAC) de empresas junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), agências públicas de financiamento de pesquisa, como CNPQ, FAPESP ou mesmo, entre empresas interessadas em implantar projetos éticos para cuidados as mulheres que estiverem em período de gestação.

Sugestões, críticas e contatos podem ser enviadas ao responsável pela proposta, o médico do trabalho e pesquisador Roberto Ruiz, através do e-mail robruiz@uol.com.br , que é enfático ao justificar esta iniciativa: " Pode ser algo óbvio, mas uma sociedade que não protege a gestação e infância, é uma sociedade fadada a extinção"