Acusada de trabalho escravo na fazenda, Volkswagen nega!
- Observatório Frigoríficos
- 2 de jun.
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Atualizado: 6 de jun.
AS VÍTIMAS NÃO ESQUECERÃO O QUE PASSARAM, E ISSO NUNCA SERÁ APAGADO DA HISTÓRIA DO NOSSO PAIS.
02 de junho de 2025
No dia 30 de maio de 2025, em Redenção (PA), aconteceu uma audiência pública histórica: em razão de denúncias que remontam às décadas de 1970 e 1980, a multinacional Volkswagem foi demandada no âmbito da Justiça do Trabalho no TRT da 8ª Região, acusada de participar diretamente na cadeia do trabalho escravo no sul do Pará.

A Volkswagen operou na Amazônia valendo-se de subsídios públicos concedidos pelo Estado durante a ditadura empresarial-militar, para se lançar no agronegócio, empreendimento feito às custas da exploração de trabalhadores e trabalhadoras, inclusive adolescentes, submetidos a trabalho análogo a escravidão, sem direitos, sem dignidade, sob fome, sede, violência e ameaça constante, conforme depoimentos.
Ao serem ouvidas, as testemunhas relataram como eram levadas até a fazenda, onde foram submetidas a jornadas exaustivas de derrubada da floresta para o plantio de pastagem, sem qualquer condição digna de trabalho, alojamento ou alimentação e sob vigilância armada. E mesmo diante de toda essa descrição, a empresa afirmou que não havia trabalho escravo na fazenda.

Deixar de enxergar a realidade que afronta a dignidade do ser humano, é na verdade, um dos pilares do modelo econômico que sustenta o capitalismo na Amazônia: exploração, grilagem, devastação e trabalho análogo a escravidão como parte estrutural do acúmulo de riquezas nas mãos de poucos.
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